Por Swami Sri Yukteswar
O homem vulgar raramente ou nunca compreende que seu corpo é um reino governado, desde o trono do crâneo, pela Imperatriz Alma, com regentes subsidiários nos seis centros espinhais ou esferas de consciência.
Esta teocracia dirige uma multidão de súditos obedientes - vinte e sete trilhões de células (dotadas de inteligência segura, apesar de aparentemente automática, que as habilita a executar todas as funções corporais, de crescimento, transformação e decomposição) e cinquenta milhões de pensamentos e emoções essenciais, além de suas variantes, próprias de fases alternativas na consciência do homem, durante uma vida de sessenta anos, em média.
Qualquer insurreição manifesta no corpo humano ou da mente contra a Imperatriz Alma, traduzida como doença ou irracionalidade, não se deve a deslealdade alguma dos humildes súditos, mas brota do abuso, presente ou passado, que o homem fez de sua individualidade ou livre arbítrio - a ele conferido simultaneamente com uma alma, e nunca revogável.
Identificando-se com um ego superficial, acredita o homem que é ele quem pensa, quer, sente, digere alimentos e conserva-se vivo; jamais admite pela reflexão (apenas um pouco bastaria) que, em sua vida ordinária, ele não passa de um boneco de ações passadas (karma) e da natureza ou ambiente. Reações intelectuais, sentimentos, disposições e hábitos de cada homem são meros efeitos de causas pretéritas, sejam desta vida ou de outras anteriores.
Sublime, acima destas influências, paira sua alma régia.
Rejeitando verdades e liberdades transitórias, o kriya yogi ultrapassa velozmente toda ilusão e penetra em seu Livre Ser.
As escrituras do mundo inteiro declaram que o homem não é um corpo curruptivel, mas uma alma vivente; em Kriya Yoga ele encontra o método para comprovar a afirmação bíblica.
Pelo método superior de viver em sua alma, o iogue se alforria; emergindo da prisão do ego, ele respira o ar profundo da onipresença.
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