segunda-feira, novembro 2

A outra margem


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...Jamais saberemos se somos capazes de alcançar a outra margem de um rio muito turbulento, sem molhar nossas roupas, nosso corpo e nosso barco em suas águas. Somente as grandes tempestades fazem os grandes navegadores e, sem dúvida, são os percalços, não as amenidades do caminho, que moldam e aquilatam a cepa de um discípulo, Toda grande obra depende de grandes atos, e as vicissitudes são, na verdade, a matéria-prima de transformação que almejamos ver concretizar-se. Portanto, devemos sempre nos espelhar na profunda sabedoria do Lótus, que é capaz de transformar o lodo mais escuro numa flor alva e magnífica.
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Cada pequeno e simples momento que vivemos, na verdade, é como uma semente muito poderosa, capaz de fazer desabrochar todo o seguimento de nossa vida. O hoje depende das sementes de ontem. O amanhã, é semeado exatamente agora. Tudo o que pensamos, sentimos e fazemos é como as nossas sementes, que espalhamos aqui e ali, no jardim das nossas vidas. Quando germinam, elas pavimentam, cobrem o chão do caminho que escolhemos palmilhar (conscientemente, ou não) na existência. Se mantivermos essa clara percepção, ficaremos bem mais vivos e atentos a cada acontecimento que presenciamos, pois ele pode conter sementes maravilhosas. Basta, então, regá-las com a água pura e cristalina da nossa plena consciência. Assim, elas sorriem graciosamente para nós, porque fomos capazes de reconhecê-las e ajudá-las a florescer.
Sem isto, podemos acabar ignorando-as completamente, e desperdiçando a chance de regar as boas sementes do futuro, ou do amanhã, e isso seria profundamente lamentável.

Monja Zen A. Zuiten - Ed. Bodigaya

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