domingo, novembro 1

Ilusões

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Uma grande leitura. Aprendizado do começo ao fim. Esse é o livro "Ilusões de Richard Bach"...

Abaixo, transcrevo a nota inicial constante no livro. Um dos mais belos textos que tive o privilégio da leitura.Bach é autor de inúmeros livros (li todos). Amo cada um deles,embora ainda considere Ilusões, como meu preferido, a ponto de tornar-se livro de cabeceira.

Leia com os olhos da alma e navegue nas águas de suas emoções.

Permita-se viajar rumo a estados nunca antes experimentados. Novas percepções que encherão seus pulmões de LUZ!

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1. "Houve um mestre que veio à Terra, nascido na terra santa d Indiana, criado nos montes místicos a leste de Forte Wayne.

2. O Mestre aprendeu sobre este mundo nas escolas públicas de Indiana e, enquanto crescia, em seu ofício de mecânico de automóveis.

3. Mas o Mestre tinha conhecimentos de outras terras e outras escolas, de outras vidas que vivera. Lembrava-se disso, e, assim sendo, tornou-se sábio e forte, de modo que outros viram a sua força e vieram procurá-lo, em busca de conselhos.

4. O Mestre acreditava que tinha o poder de ajudar a si mesmo e a toda a humanidade, e, acreditando, assim era para ele, de modo que outros viram o seu poder e o procuraram para se curar de seus problemas e suas doenças.

5. O Mestre acreditava que é um bem para qualquer homem considerar-se filho de Deus, e, acreditando, assim era. Então, as oficinas e garagens em que trabalhava se apinhavam com aqueles que buscavam seu conhecimento e o contato com ele, enquanto as ruas lá fora enchiam-se daqueles que somente ansiavam que a sombra de sua passagem caísse sobre eles, modificando suas vidas.

6. Resultou que, por causa das multidões, os vários contramestres e chefes das oficinas pediram ao Mestre que largasse as ferramentas e seguisse o seu caminho, pois a aglomeração era tal que nem ele nem os outros mecânicos tinham espaço para trabalhar nos automóveis.

7. E assim foi que ele seguiu para os campos, e as pessoas que o seguiam começaram a chamá-lo de Messias e fazedor de milagres; e, como eles acreditavam, assim era.

8. Se ocorria uma tempestade enquanto ele falava, nem uma gota tocava a cabeça de seus ouvintes; o último da multidão ouvia suas palavras tão claramente quanto o primeiro, qualquer que fosse a intensidade dos raios ou trovões no céu. E sempre lhes falava em parábolas.

9. E lhes disse: 'Dentro de nós repousa o poder de nosso consentimento para a saúde e a doença, a riqueza e a pobreza, a liberdade e a escravidão. Somos nós que controlamos essas coisas, e não os outros.'

10. Um moleiro disse: 'Essas palavras são fáceis em tua boca, Mestre, pois és guiado e nós não, e não precisas trabalhar como nós. O homem tem de trabalhar para ganhar a vida neste mundo.'

11. O Mestre respondeu: 'Uma vez havia uma aldeia de criaturas no fundo do leito de um grande rio cristalino.

12. 'A corrente de rio passava silenciosamente por cima de todos eles, jovens e velhos, ricos e pobres, bons e maus, a corrente seguindo o seu caminho, só conhecendo o seu próprio ser cristalino.

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13. 'Cada criatura, a seu modo, agarrava-se fortemente às plantas e pedras do leito do rio, pois agarrar era o seu modo de vida, e resistir à corrente era o que cada um tinha aprendido desde que nascera.

14. 'Mas, por fim, uma das criaturas disse: 'Estou cansado de me agarrar. Embora não possa ver com meus próprios olhos, espero que a corrente saiba para onde está indo. Vou soltar-me e deixar que ela me leve para onde quiser. Se me agarrar, morrerei de tédio.'

15. 'As outras criaturas riram e disseram: 'Louco! Se você se soltar, essa corrente que adora o lançará despedaçado sobre as pedras, e terá uma morte mais rápida do que a causada pelo tédio!'

16. 'Mas ele não lhes deu ouvidos. Respirando fundo, soltou-se e imediatamente foi lançado sobre as pedras e despedaçado pela corrente!'

17. 'Mas, com o tempo, como ele se recusasse a tornar a se agarrar, a corrente o levantou, livrando-o do fundo, e ele não se machucou nem se magoou mais.'

18. 'E as criaturas mais abaixo no rio, para quem ele era um estranho, exclamaram: "Vejam, um milagre! Uma criatura como nós, e no entanto voa! Vejam, é o Messias que chegou para nos salvar!"'

19. 'E aquele que foi carregado pela corrente disse: "Não sou mais Messias do que vocês. O rio tem prazer em nos erguer à liberdade, se ousamos nos soltar. O nosso verdadeiro trabalho é essa viagem, essa aventura.'

20. 'No entanto, cada vez exclamavam mais "Salvador!", enquanto se agarravam às pedras; quando tornaram a olhar, ele já se fora, e então ficaram sozinhos, inventando lendas sobre um Salvador.'

21. E aconteceu que, ao ver que a multidão cada vez o seguia mais de perto, mais arrebatada do que nunca, quando viu que insistiam para que os curasse sem descanso, e sempre os alimentasse com seus milagres, e aprendesse por eles e vivesse suas vidas, foi sozinho para o topo de um morro e rezou.

22. E disse em seu íntimo: Ser Infinito Radioso, se for a Tua vontade, deixa que esta raça passe de minhas mãos, deixa-me pôr de lado esta tarefa impossível. Não posso viver a vida de uma outra alma, no entanto dez mil me imploram a vida. Lamento ter permitido que tudo isso acontecesse. Se for a Tua vontade, deixa-me voltar aos motores e às ferramentas e viver como os outros homens.

23. E uma voz lhe falou no topo do morro, uma voz que não era nem de homem nem de mulher, nem forte nem fraca, uma voz infinitamente bondosa: 'Não a Minha vontade mas a tua seja feita. Pois o que for a tua vontade será a Minha vontade para ti. Segue o teu caminho como os outros homens e sê feliz na Terra.'


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24. Ouvindo aquilo o Mestre alegrou-se, deu graças e desceu do morro cantarolando uma cançãozinha de mecânico. E quando a turba o atormentava com seus males, implorando que os curasse, aprendesse por eles, os alimentasse constantemente com sua compreensão e os divertisse sempre com suas maravilhas, ele sorriu para a multidão e disse, amavelmente: 'Eu desisto.'

25. Por um momento a multidão ficou muda de espanto.

26. E ele lhes falou: 'Se um homem dissesse a Deus que a coisa que mais desejava era auxiliar o mundo sofredor, fosse qual fosse o preço para si, e Deus lhe respondesse o que devia fazer, o homem deveria cumprir o que lhe era ordenado?'

27. 'Pois claro, Mestre!', exclamaram. 'Devia considerar um prazer sofrer as torturas do próprio inferno, se Deus lhe pedisse!'

28. 'Não importa quais fossem essas torturas, nem a dificuldade da tarefa?'

29. 'Seria uma honra ser enforcado, uma glória ser pregado a uma árvore e queimado, se fosse isso que Deus pedisse', disseram eles.

30. 'E o que fariam vocês', perguntou o Mestre à multidão, 'se Deus lhes falasse diretamente em pessoa e dissesse: "ORDENO QUE SEJAS FELIZ NO MUNDO, ENQUANTO VIVERES." O que fariam então?'

31. E a multidão calou-se, não se ouvindo sequer uma voz ou som sobre os morros e através dos vales.

32. E o Mestre disse em meio ao silêncio: 'No caminho de nossa felicidade encontraremos o conhecimento para o qual escolhemos esta vida. É assim que aprendi hoje e prefiro deixá-los agora para seguirem o seu caminho como desejarem.'

33. E seguiu o seu caminho no meio da multidão, voltando ao mundo cotidiano dos homens e dos motores."

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Em meu entendimento, esse homem que largou a pedra e que ousou mudar o Mundo é Jesus, meu Amado Mestre a quem dedico não só esse texto, bem como minha Vida!

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